domingo, 20 de junho de 2010

Os três pinheiros

Era uma vez três pinheiros plantados numa vasta floresta. Cada um deles tinha um sonho.

O primeiro, muito ambicioso, sonhava ser rico, o mais rico dos pinheiros. Queria ser, no futuro, um grande baú adornado por pedras preciosas, onde o rei guardasse o que de mais valioso possuísse. Já podia se ver como centro das atenções, na sala mais luxuosa do palácio, aberto apenas em ocasiões especiais e para convidados ilustres. E então, no instante em que fosse aberto, veria o olhar de admiração daqueles que tivessem tido a honra de contemplá-lo. Era a glória que ele mais queria na vida.

O segundo pinheiro, que só pensava em si mesmo, queria aproveitar a vida e viajar pelo mundo. Seu sonho era se tornar uma caravela que os ventos empurrassem pelos mares da vida. Imaginava-se aportando nas belas ilhas do Caribe ou nos luxuosos portos da Europa, recebendo a brisa fresca do Pacífico e sendo beijado pelas á guas frias do Índico. Queria ter da vida o que ela de melhor pudesse lhe oferecer.

O terceiro pinheiro era bem diferente dos outros dois. Não era tão alto quanto o segundo. Seu sonho era ser útil de alguma forma e poder ajudar quem dele precisasse. Achava que não havia maior riqueza do que servir, e para ter o melhor que a vida pudesse oferecer, devia amar e se dedicar ao próximo. Assim, tinha certeza que
encontraria a paz e a felicidade.

É claro que os outros dois pinheiros o consideravam estúpido e ingênuo. Eles o desprezavam e, embora tivessem sido plantados próximos uns dos outros, mantinham-no fora das conversas.

O tempo foi passando e os três pinheiros crescendo. Um dia apareceu na floresta um oficial do rei, com a missão de escolher o pinheiro ideal para construir um baú, no qual o rei pudesse guardar seu tesouro.

Quando o primeiro pinheiro ouviu isso, entendeu que sua chance havia chegado. Esticou o máximo que pôde seus galhos e estufou seu tronco. Era mesmo muito lindo. Quando o homem o viu, ficou impressionado e o comprou. E lá se foi o primeiro pinheiro se tornar o guardião do tesouro do rei.

Não muito depois, outro comprador visitou a floresta. Era um capitão que procurava madeira para construir uma caravela. O segundo pinheiro tinha agora a chance que esperava. Envergou-se o quanto pôde, para um lado e para o outro, mostrando grande elasticidade em suas fibras, ideais para se adaptar à forma do casco do navio.

Não precisou de mais nada. O marinheiro o comprou. Lá se foi o segundo pinheiro para se transformar em caravela, o que era seu sonho.

Assim, vieram compradores de todas as partes do mundo para escolher a madeira que melhor se adaptasse aos seus negócios. Uma a uma, as árvores se foram e, daquela imensa floresta que cobria as montanhas como um tapete, restou apenas o terceiro pinheiro. O único que não foi escolhido, porque achavam que esse não servia
para os negócios deste mundo.

Dessa forma, o terceiro pinheiro foi levado embora da floresta, onde foi utilizado em um processo de reflorestamento.

O primeiro pinheiro se transformou numa linda arca, entalhada com o brasão real. Ficava no centro da sala mais bela do palácio. Até que um dia o palácio foi invadido por inimigos que mataram o rei e lhes saquearam o tesouro. Como a arca era muito grande e pesada, tiraram tudo o que havia nela e puseram fogo no palácio. O pobre pinheiro morreu nas chamas do incêndio, sozinho e vazio.

O segundo pinheiro, quando viajava pelos mares gelados do Norte, foi açoitado pelos ventos e lançado violentamente contra as rochas de uma ilha, vindo a se despedaçar. Desse modo, morreu afogado, sendo sepultado no fundo do mar.

O terceiro pinheiro, cujo sonho era servir, foi transformado pelas mãos do carpinteiro numa cruz, a qual foi colocada sobre as costas ensangüentadas do Senhor Jesus Cristo.
Ali, ajudou o Senhor a cumprir o maior serviço que um dia o desejo de servir fez dele o mais precioso tesouro de madeira da humanidade: a cruz de Jesus. E ainda o levou a viajar por todas as partes as partes do mundo, carregado por aqueles que sabem que a verdadeira riqueza é servir, e obedecem às ordens de Deus: "Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me". Lucas 9.23.

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